quinta-feira, 14 de julho de 2016

Caçadores de Paz - Capítulo 9: ESTOU DE VOLTA

William Hill era um mago ilusionista. Também tinha muito tempo de Caçador e sempre provocou ilusões contra as pessoas fazendo elas se afastarem. Ele tem um colar grande com um símbolo bem sinistro: um enorme olho verde. Colar roubado, diz ele. Tem cabelo castanho, pele bronzeada, alto e forte. Uma pessoa calma e inteligente. 18 anos. Sua magia é tão complexa quanto seu passado, que ele esconde de todos. Diz ser de outra dimensão, mas ninguém acredita e ele tenta provar isso para todos.
Aghata, uma maga de gelo – assim como Malena – que cada dia surpreende mais as pessoas com seu poder. Toda vez que ela luta, ele cresce ainda mais e isso intriga os caçadores. Qual o verdadeiro poder de Aghata? Ele tem limite? Isso ninguém sabe. O que sabemos é que ela é uma das magas mais poderosas da guilda. Corpo bonito, cabelo longo com tons de cinza e branco, possui pequenas pintas roxas pelo corpo. Nada muito extravagante, mas dava para notar. É corajosa, esperta, ágil e inteligente, assim como William. Não confia em ninguém e tem um alto nível de sarcasmo.
Estavam William e Aghata sentados no gramado, na beira de um rio. Ambos molhando seus pés:
— Não me vem com esse papo de que você veio de outra dimensão, não, ok? Sabemos que isso é mentira. Quem pode vir de outra dimensão são coisas utilizadas por magos criadores. – Disse Aghata, duvidando da repetida palavra de William.
— Eu te juro, Aghata! Na minha dimensão, de onde eu vim, existe um enorme castelo de vidro. Muitos magos poderosos e eles são tão gentis quanto as pessoas da nossa guilda.
— Ah! Cala a boca! Desde quando as pessoas da nossa guilda são gentis?
— É sim! São sim! Pelo menos você e eu somos gentis. Pelo menos eu acho que você é gentil.
Os dois começaram a rir.
O sol estava tão bonito que tudo que ele iluminava ficava bonito.
Os pássaros ficavam brincando naquele gramado cheio de flores implorando a primavera.
William se levantou e disse:
— Temos que voltar para a nossa guilda. Estamos quase entrando em uma guerra, esqueceu?
Sem saber de nada, Aghata perguntou:
— Guerra? Do que você está falando?
— Uai! Você não está sabendo?
— Não, William! Eu acabei de voltar de um trabalho, esqueceu? Nem fui para o castelo da guilda.
— Então, os Yambakkas voltaram. Eles atacaram o centro e deixaram um ex-membro da nossa guilda paraplégico. E há algumas semanas atrás perdemos metade da nossa guilda, incluindo Snup. Darcy era a próxima na lista de posse então ela se tornou a nova líder.
Indignada, Aghata reclamou:
— Do que você está falando? Tudo isso aconteceu enquanto eu estive fora? Mas que merda! Perdemos metade da nossa força, o mestre morreu e uma garota de 8 anos assumiu o seu lugar? É o fim da Hunters of Peace, mesmo.
— Então, a guilda também mudou de nome. Como todos chamam a gente de caçadores ao invés de magos da Hunters of Peace, então somos apenas “Caçadores”. Não existe mais Hunters of Peace.
Ainda indignada, Aghata saiu dali. William, observando ela de longe, gritou:
— Aonde você vai?
Ela, sem olhar para trás, respondeu:
— Vou atrás da Darcy!
— Darcy Ivy? A nova líder? O que ela quer com ela? Ah! Ah, não! Melhor eu ir com ela, antes que ela faça mais uma besteira. – William correu para alcançar a sua amiga e juntos foram até a guilda.
Quando chegaram lá, estavam todos os magos desenhando:
— Mas o que está acontecendo aqui?
Em um feixe de luz, Darcy chegou e respondeu à Aghata:
— Eles estão desenhando ideias para a guilda! Dei lápis de cor para todo mundo e papel também. Genial, não é?
Aghata começou a ficar vermelha de nervoso e congelou tudo em volta, menos os magos:
— Vocês... vocês... estão todos malucos!!!!! Perdemos metade da nossa guilda, o mestre morreu e vocês estão “pintando ideias para a guilda”? Era de se esperar de uma garota de 8 anos, sobrinha do Snup! Você é retardada? Tem problema de cabeça?
Chateada, Darcy disse:
— Não fale assim comigo, Aghata!! Não tem o direito de falar assim comigo, tá? Estamos fazendo de tudo para que o assassino seja pego.
— Fazendo o que? Desenhando com os magos da guilda? Você devia mandar todos treinarem e encontrarem quem fez isso com a guilda! Você é uma criança, não deveria ter se tornado líder.
Todos estavam quietos, apenas observando a discussão de camarote. William estava adorando.
Darcy pegou todos os papéis e lápis de cor daquela sala e pediu para que todos se retirassem. Quando ficaram apenas Aghata, William e ela, ordenou:
— Quero que vocês dois analisem esses desenhos e façam o que eles desenharam, agindo eticamente. Se não fizerem isso, serão penalizados com a Luz da Punição.
Aghata e William começaram a tremer de medo. Sabiam muito bem desse poder de Darcy e rapidamente analisaram os papeis e saíram correndo da sala do castelo da guilda:
— Os caçadores precisam de uma distração. Estão com tanto medo que os seus corpos não conseguem mais criar magia como conseguiam antes. Meus desenhos foram uma forma de distrair e melhorar a guilda. A Aghata não sabe de nada! Ela não sabe de nem um terço do que a Yambakka é capaz. Se meu tio estiver certo, há risco de eu perder mais metade dos magos para essa guilda criminosa.
— Falando sozinha, líder? – Perguntou Blue, chegando de surpresa.
— Oi, Blue! Sente-se, aí! Vamos conversar!
— Desculpa! Não estou aqui para confessar! Preciso te dizer algo. Confessar algo.
— Fale, Blue.
— Eu matei uma Yambakka! Foi legítima defesa, desculpe-me.
Darcy não demonstrou nenhuma reação, apenas sorriu depois de um longo silêncio:
— Não tem problema! Quanto mais isso acontecer, melhor! Precisamos deter a Yambakka! Creio que você não conseguiu descobrir a localização deles.
— Não, Mestra Darcy! Eu a matei antes disso. Eu peço desculpas.
— Tudo bem. Tudo tem seu tempo. E como está Anark?
                                                                              ---x---
Eu estava bem, e tentando toda hora aumentar o tempo que eu conseguia ficar naquela armadura. Estava de noite e eu não tinha me deitado ainda. Apenas vestindo a armadura, caindo e repetindo o mesmo processo. Eu conseguia ficar dez segundos a mais cada vez que eu tentava e a intenção era eternizar a armadura em mim, ou então até eu precisar dela:
— Maldita armadura! Fica em mim pelo menos um minuto! Não dá para eu ajudar os caçadores com apenas 47 segundos. Se você desaparecer no meio de uma luta, é o meu fim! Eu quero ajudar os caçadores, não os atrapalhar. Quero depender de mim mesmo. Vou tentar de novo.
Peguei o meu livro e o abri. Estava confiante de que ia dar certo. Novamente ela apareceu, mas desta vez, com outra cor. Branca:
— Uau! Mudou de cor. Gostei. Agora vou ficar imóvel para ver o quanto eu consigo, desta vez.
Eu liguei o cronometro e o tempo começou a correr. A minha meta era um minuto e dessa vez eu tinha cansado de ficar em pé. A armadura ficou normal e eu peguei o meu livro, feliz que a armadura não tinha sumido mesmo depois de trinta minutos. Quando eu peguei o livro, abri na página da armadura e o que eu li lá me espantou:
— Armadura do Príncipe Heturion. Dimensão: Tormenta!? Essa armadura não veio de Verso e sim dessa tal de Tormenta? Eu consegui invocar algo de outra dimensão? Mas isso é... impossível. Cada mago criador tem uma dimensão única. Isso não existe. Preciso entrar em contato com o Blue, mas antes vou terminar de ler... Armadura do Príncipe Heturion, assim que for utilizada não poderá mais sair do usuário, tornando-se seu corpo principal, sobrepondo o de carne e osso eternamente. Apenas pode ser substituído e caso precisar tomar banho ou fazer necessidades, ela te dá um tempo livre de dez minutos. Depois desse tempo ela é automaticamente reposta.
Caramba! Eu estava preso naquela armadura! Fiquei feliz em poder andar novamente, mas ficar preso em uma armadura era osso! Guardei o livro no meu bolso e pulei novamente a janela. Como a armadura era boa, eu não sofri dano nenhum quando cai no chão. Quando corri, atingi uma velocidade surpreendente. Em minutos eu já estava em frente ao castelo da guilda e gritei pelo Blue. Ele apareceu e todos da guilda, também. Os olhos de Malena se encheram de lágrima e Blue sorriu de felicidade. O resto do pessoal ficaram espantados, já que eu tinha sido expulso por ter perdido o movimento das pernas. Darcy, com cara de arrependimento, veio para o meu lado. Sínica.
— Caramba, Anark! Que roupa bonita é essa? Nunca vi uma armadura tão bonita e resistente desse jeito.
— Obrigado, Darcy Ivy. Eu vim até aqui falar com Blue. É algo urgente.
Blue se aproximou e olhou para trás. Todos entraram para dentro e Blue deu um abraço em mim:
— Caramba! O que aconteceu, Blue! O que é essa armadura e como você está andando?
— Então, Blue. Minha intenção era criar uma prótese e eu acabei criando essa armadura. Ela é eterna e só sai de mim num intervalo de 10 minutos. Essa não é a questão. A questão é que ela não é de Verso.
Blue engoliu seco e perguntou:
— Não é uma armadura versiana? Impossível! Você só tem direito a trabalhar com uma dimensão. De qual dimensão ela é, afinal?
— Tormenta. Já ouviu falar?
Blue arregalou os olhos e não acreditou que aquilo tinha acontecido:
— Tormenta? Tormenta é a dimensão rival de Verso. Eles viviam em guerra, mas depois de não ter um vencedor eles pararam de guerrear, mas isso era um mistério na época. Eu achei que os magos criadores tinham direito de usar uma única dimensão aleatória. Não duas.
Eu sentei no asfalto, em frente ao castelo, e disse:
— Eu também acho muito estranho. Na escola, quando estudamos os magos criadores, nunca tínhamos ouvido falar de um mago capaz de usar duas dimensões, dois mundos. Acho que eu sou o primeiro.
— Sabe o que isso significa, Anark?
Eu perguntei o que isso significava e ele me respondeu:
— Você é o melhor mago criador que existe! As suas possibilidades são muitas!
Eu fiquei feliz, mas essa felicidade durou pouco. Senti, do nada, três magos se aproximando. Magos com poderes sufocantes. Eram eles: Yambakkas!
— Então aí está ele! Mas ele não estava paraplégico? – Perguntou Ganster para Zabara.
— Devia estar! Foi Sleepy quem disse. – Respondeu Zabara, observando que Sleepy não parava de fixar seu olhar em Blue.
— Então foi você, Blue! Foi você quem matou Jade?
Eu olhei para Blue e me assustei. Ele não tinha me contado que tinha matado uma pessoa. E estava mais confuso ainda, pois não sabia quem eram aqueles três. Depois ele me contou que eram da Yambakka, como anunciei acima.
Blue olhou para mim e se alongou:
— Anark! Agora é hora de você testar a sua armadura!

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