sexta-feira, 15 de julho de 2016

Caçadores de Paz | Capítulo 12 - O Dono da Espada


Quando chegamos em Most, a cidade onde vivia o empresário dono da Zero, eu senti aquele clima úmido e agradável e bocejei:
— Esse lugar é tão confortável que chega a me dar sono. Quero encontrar esse tal empresário logo antes que eu caia de sono.
Malena riu e me deu um tabefe na cabeça, aquela piranha:
— Isso não é hora de brincadeira, Anark! Para de ser idiota e se concentra em achar o empresário. A Darcy disse que ele sempre muda de localização, então há uma pequena chance de ele não estar no endereço que ela nos passou.
Eu dei risada. Eu sempre dou risada quando tenho uma ideia e àquela hora não foi diferente. Eu peguei o CloudBook e imaginei algo que pudesse nos ajudar em localizar uma agulha no palheiro. O livro começou a brilhar e William perguntou:
— O que está acontecendo, Anark?
Malena tapou a boca dele, respondendo por mim:
— Ele está invocando alguma coisa com o seu livro. Apenas aprecie sua nova invocação. Ele é um mago dimensional. Magos dimensionais, vulgos magos criadores ou invocadores, possuem uma bela magia. Essa luz azul que sai de seu livro... é belíssima.
Malena estava babando e Aghata enxugou sua baba com o tecido de sua roupa.
Quando eu terminei, um relógio apareceu em meu pulso. Não hesitei e fui ver suas informações no CloudBook e nele estava escrito:
— Relógio Localizador “Klock”. Dimensão: Metallicus? Como assim? Outra nova dimensão? Já são três? – Falei comigo mesmo.
Eu estava assustado. Um mago dimensional pode utilizar apenas uma dimensão e eu em menos de uma semana já tinha usado três! Não sabia quais consequências aquilo me traria, mas eu fiquei feliz e me senti realmente forte:
— Klock! Dê-me a localização do empresário que a gente nem sabe o nome.
O relógio fez aparecer em cima de nós um globo em forma de holograma. A localização do empresário piscou em vermelho naquele mapa azul todo tecnológico. E adivinha a surpresa? O empresário estava uma quadra de distância:
— Incrível! Isso é melhor que as ilusões de William. – Disse Aghata, logo em seguida levando um chute de William que fez ela parar longe.
— Sem brincadeira, gente! Vamos atrás desse empresário! Temos que conseguir a localização da espada. – Advertiu Nanda, correndo em direção ao local que foi destacado por Klock.
Todos nós estávamos correndo em direção à casa do empresário, quando de repente ele saiu para fora e abriu os braços enormes e gordos dele:
— Vocês demoraram, mas estão aqui! Sejam bem-vindos à minha cidade, Most. Most City precisa da ajuda de vocês.
                                                                              ---x---
Depois de alguns minutos nós estávamos totalmente acomodados naquele sofá gigante de puro couro branco. Eu estava quase dormindo e sempre levava um sopapo de Malena quando eu caía no sono. Realmente era difícil ficar acordado olhando para aquela cara gorda do empresário que não parava de trazer comida para gente.
Estávamos em sua sala: um lugar enorme e com vários lustres. Parecia um salão de baile cinco estrelas. Tinha tudo que a gente pudesse imaginar. Vários pianos, sofás de todos os tipos de texturas e materiais, várias janelas e tudo feito de ouro e material caro.
Quando ele parou de servir a comida, William ficou triste. Ele não era gordo de ruim! Pensa em um moleque que comia! Gente do céu, realmente gordo por dentro e filho da p... mãe por fora:
— Desculpe por atrasar vocês com toda essa mordomia. Fiquei tanto tempo esperando os Caçadores que quando senti a magia de vocês em minha cidade fiquei completamente fora de mim. Antes de mais nada, meu nome é Seph. Eu sou o prefeito e fundador de Most City. Sei que estão admirados pela cidade ser muito antiga e estão imaginando a minha idade. Eu tenho 159 anos de idade, mas um corpo de 30. Minha magia é a imortalidade. Eu simplesmente não posso morrer. Digo, pelo menos não podia! A fonte da minha magia é Zero, a Espada de Diamante. Sem ela a minha vida fica em risco e a cada hora eu perco um ano de vida. Ou seja, eu tenho apenas 159 horas de vida. Quando chegar há 18 horas restantes, eu viro adolescente novamente. Quando chegar há 9 horas restantes, eu me torno uma criança e quando acabar o tempo, eu desapareço. Junto com essa cidade. Já que eu criei ela toda com minha magia.
Nossa e, como de costume, CARAMBA! Toda informação que precisávamos ele nos deu. Realmente era preciso pegar essa espada de diamante, que é chamada de Zero, e entregar para ele. Caso contrário, uma cidade com mais de um milhão de pessoas desaparecerá. Gente inocente não tem nada a ver com a fraqueza dele. Furiosa, Nanda pegou em seu colarinho e perguntou:
— Como você deixou essa espada sair de sua mão? Já que é imortal, porque você não segurou ela para você na marra? Quem roubou ela?
Seph olhou para mim e respondeu:
— Ningirama! Foi ele quem roubou a minha espada!
Ningirama? Aquele Deus Menor que fica tagarelando no ouvido da velha líder da Yambakka? Ele mesmo, por sinal.
Confusa, Lilian chegou na sala dele e perguntou:
— Quem é Ningirama?
Estranhando a aparição repentina de Lilly (apelido de Lilian), Malena fez uma pergunta por cima:
— O que você está fazendo aqui? Como você chegou aqui? A Mestre Darcy deixou você vir até aqui?
Lilian mandou Malena calar a boca e se sentou no sofá. Ninguém se importou com Lilian, já que a história de Seph estava boa. Entretanto, ele continuou – enquanto devorava uma jarra de chá:
— Ningirama é uma entidade mágica que sempre quis se apossar do mundo dos humanos e que para isso ele deseja 3 armas divinas. Ninguém sabe o que são essas três armas divinas, mas o que se sabe é que ele convence líderes de guildas criminosas para conseguir essas armas para ele, prometendo recompensas que ninguém recusaria. Dizem que apenas aqueles de coração ruim aceita suas ofertas, chamadas de pactos. Perfis esses que eu citei que bate com um líder de guilda criminosa. Nenhum líder de guilda registrada pelo conselho relatou ter recebido contado de Ningirama, o que faz dele uma lenda, já que toda vez que encontramos alguma guilda criminosa ou é para prende-la ou destruí-la em guerras consequentes. O que eu imagino é que a Zero, a espada de diamante fonte do meu poder, é uma dessas três armas divinas. E já que ela dá o dom da imortalidade para alguém, seria de bom proveito para a dominação de todos os mundos.
Eu estranhei a parte de “todos os mundos” e perguntei:
— Todos os mundos? Como assim?
Seph pegou outra jarra de chá e continuou:
— Ningirama é uma entidade ambiciosa, segundo a lenda. Ele quer dominar todos os mundos, todas as dimensões. E para isso, ele sempre almejou de alguma forma unificar todas as dimensões em uma só e logo em seguida dominar essa dimensão. Desta forma, ele seria o Deus Maior, o Deus de todas as dimensões.
— E para isso ele precisaria de algo que desse acesso, de alguma forma, a essas dimensões, correto? – Eu perguntei, olhando para o meu CloudBook e com um frio da barriga com a resposta.
— Sim! Ele precisaria de um objeto que permitisse ele entrar em todas as dimensões.
Como eu pensei desde quando ele citou a palavra “dimensão”, conclui:
— Eu sei qual é a segunda arma divina!
Seph arregalou os olhos e começou a tremer:
— Você sabe?
— Sim! Eu sou um mago dimensional e eu tenho um livro que me permite invocar coisas.
— E daí? – Perguntou Seph. – Se for assim todos os magos dimensionais possuem armas divinas. Ele quer algo que dê permissão para entrar em todas as dimensões e não apenas uma, como é permitido por um mago dimensional.
— Errado. – Eu retruquei. – Eu sou diferente. Eu, em menos de uma semana, consegui invocar coisas de três dimensões diferentes. Eu não sou um simples mago dimensional. Acredito que meu CloudBook é essa segunda arma dimensional.
Todos da sala se espantaram e Seph colocou as duas mãos na cabeça, lamentando alguma coisa futura:
— Ah, não! Não é o seu CloudBook que é a segunda arma divina. VOCÊ é a segunda arma divina!

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