sexta-feira, 15 de julho de 2016

Caçadores de Paz | Capítulo 14 (Fim da 1ª Temporada) - Revelações

Estávamos na Prisão de Most City. Estava de noite e nós, Caçadores, não estávamos com medo. Queríamos pegar a Zero naquela noite mesmo e no dia seguinte retornar para o Castelo dos Caçadores. Fácil assim.
— Então essa é a PMC? – Perguntou Nandinha, ui. – É muito grande! Parece uma fortaleza medieval.
— É claro que é grande! Existem cem celas. Cada cela tem uma guilda. Cada guilda tem, em média, oito magos. Então tem, no mínimo, 600 magos presos aí dentro.
William deu um passo para trás:
— 600 magos? E se a gente destruir uma parede e todos fugirem? O que pode acontecer com eles? Eles vão matar a cidade toda? Eles vão criar uma guerra civil? O que pode acontecer?
Eu dei risada bem alta e todos não entenderam a minha reação:
— É lógico que eles não vão fugir. Olha a ponta de cada canto desse muro de mais de, aparentemente, vinte metros de altura. Tem cristais de selamento de magia. Mesmo o mago mais poderoso do mundo não pode escapar daí de dentro e... Seph... se não podemos usar magia, como nós vamos nos defender. Esses cristais também vão funcionar na gente. – Eu respondi William, mas no meio tempo aproveitei e perguntei para Seph.
Ele pensou bem e respondeu:
— Os magos que servem de guardas aí dentro possui uma pulseira que permite usar magia. Apenas eles podem usar magia. E esses guardas são monstruosamente fortes, então mesmo os criminosos sendo extremamente poderosos, sem magia e contra guardas com magia eles não podem fazer absolutamente nada. E meus guardas tem o direito de matar se for necessário. Mas isso nunca aconteceu... por enquanto.
Todos ficaram aliviados e Seph deu uma pulseira para cada um. Essa pulseira era bem fina e metálica. No seu meio tinha um pedacinho de cristal. Ele servia para anular o efeito do cristal de anulação, permitindo que nosso Chi fluísse normalmente pelo nosso corpo.
Quando entramos, vimos de cara várias celas com vários magos. Um mais assustador que o outro. E o que mais me deixou intrigado, era que quanto mais você ia para o fundo daquela fortaleza toda, maior era o risco da ala. No começo, era de risco baixo o poder dos magos. No final, na última cela, era a guilda mais poderosa presa por eles. A questão era: aonde estava essa espada?
Olhamos todas as celas com proteção máxima dos guardas e não achamos nada. Levou horas para a gente revistar cada cela, cada mago e nada foi encontrado:
— Que merda! Viemos à toa! – Gritou Malena dando um soco na parede.
Eu, puto da cara, reclamei:
— Mas Klock me disse que estava aqui. Existe algum nível superior ou inferior a esse, Seph?
Ele olhou para uma porta que a gente não tinha entrado ainda e respondeu:
— Tem sim, mas ali fica a guilda mais poderosa daqui. Mesmo que eles não consigam produzir Chi em seu corpo por causa dos cristais de anulação, eles podem lutar. E eles lutam muito bem.
— Mesmo assim, Seph! É nossa única chance e se Zero estiver lá, vamos lutar com unhas e dentes até recuperarmos ela. O melhor é que você já está aqui, então recuperamos, te entregamos e vamos para casa. Temos outros assuntos para resolver.
Seph concordou e ordenou que os guardas nos levassem até lá. Descemos aquela infinidade de escadaria. Poxa vida! Para quê tanta escada? Porque tanto medo de magos que podem lutar sendo que tem centenas de guardas que podem usar magia. Eu, no fundo, estava curioso para ver a melhor guilda de cem dali.
Quando chegamos lá, tinha seis magos acorrentados em forma de X, com os braços e pernas esticados e presos. Todos estavam de roupa preta, mas a sétima corrente estava partida. De repente a porta se fechou com tudo e um mago acendeu a luz dali. A luz bateu na espada que ele estava segurando: uma espada imensamente grande e brilhante. Ela mesmo, a Zero!
— Que bom que vieram! Agora que entraram aqui não podem mais sair. Creio que estão atrás dessa espada! Ningirama me disse que vocês viriam atrás dela. – Perguntou um mago alto, magro e de cabelo grande e preto, com uma franja bem estilosa e branca. Ele estava descalço e com a roupa toda rasgada.
Seph fez surgir uma espada, do nada, com sua magia:
— Devolva a minha espada! Isso não te pertence.
— Não pertence nem a mim e nem a você. Tenho planos para com ela, e nesses planos você não está incluso.
Nós, caçadores, estávamos parados, até que os outros seis magos saíram da corrente. Estavam fingido estar presos o tempo todo:
— Uma batalha vai acontecer aqui e Ningirama me pediu para que eu me divertisse com vocês. Ele percebeu que a espada logo seria encontrada. Depois de matar vocês, vou entregar vosso corpo para o Deus Menor. A minha recompensa será o próprio poder dessa espada, a imortalidade. E os meus seis companheiros logo atrás de vocês, terão vosso poder ampliado a mil. Foi Ningirama que me prometeu. E ele sempre cumpre suas promessas.
Os Caçadores pegaram suas espadas e eu peguei o meu livro. Minha armadura, pfff. Nunca sumia de mim, então ela pelo menos me dava mais liberdade e segurança.
Os seis magos desapareceram e ressurgiram atrás desse mago, o que estava com a Zero:
— Nós fomos presos por você, Seph. Chegou a hora da nossa vingança. Vamos fatiar você e sair daqui o mais rápido possível.
— Você fala isso como se tivesse sido difícil te capturar. Nem sei mesmo qual o seu nome.
— Meu nome é Luke. E o nome da nossa guilda é Seven Night e a partir de agora fazemos parte do plano de Ningirama. Ou seja, somos mais fortes apenas por crer em sua existência. Vamos apagar vocês da lista de pendencias dele.
Luke, com a Zero, fez apenas um único movimento circular com a espada e todos os guardas tiveram suas cabeças arrancadas de seu corpo. O sangue de todos eles pularam para o teto, manchando tudo aquilo de sangue:
— Esse sangue no teto foram os do guarda! E usei apenas a magia da Zero. Será fácil acabar com todos vocês. E eu sei que vocês devem estar pensando: “Mas nós podemos usar magia e eles não”. Balela! Já matamos sete guardas antes de vocês chegarem aqui e por sorte não foram informados antes. Inserimos o cristal que anula os cristais de anulação. Como que chama mesmo? Ah! Cristal de Chi. Inserimos em nossos corpos e que, por sinal, tal partes do corpo que tiveram suas habilidades ampliadas. Quero começar primeiro pelas meninas. Essa loirinha aí... Fernanda Parker. Há! Há! Há! Há! Belo nome. Como que eu sei dele? Eu sei de tudo e de todos! Zero me deu essa liberdade! Essa habilidade.
Eu cansei de tanto papo fiado e dei um passo para frente, sobrepondo-me de todos ali:
— Cansei de ouvir teu falatório! Seven Night! Seven Day! Foda-se o nome de vocês! A questão aqui é: vocês vão entregar a Zero para a gente e ficarão aqui, tranquilos como vocês estavam antes. Vocês devem temer o plano de Ningirama! Ele quer apenas se tornar o Deus Maior de todas as dimensões, unindo todas elas em uma só. No final vocês não passarão de objetos que foram utilizados e jogados no lixo! Entregue a Zero para a gente e nada vai acontecer com vocês.
Malena, William, Aghata, Nanda, Lilian e Zeph ficaram impressionados com a minha atitude. Luke riu e apontou a arma para Zeph:
— Está vendo aquele ali? Aquele que se diz prefeito dessa cidade? Você não sabe quem ele é. Todos nós presos aqui fomos vítimas dele. Ele disse que somos guildas criminosas? É mentira! Essa cidade é a maior do país e há cinco anos atrás era protegida por cem guildas. Tanto que Most City era conhecida como a “Cidade dos Cem Guardiões”. Quando esse narcisista conseguiu de alguma forma pegar a Zero, apenas com o poder da espada ele conseguiu derrotar os cem líderes, desta forma prendendo as cem guildas aqui. E ainda diz que nós somos criminosos? Perdemos o direito de defender a cidade e a nossa liberdade apenas para ele conseguir o seu império. Desculpem-me, Caçadores, eu mais do que vocês prezo pela paz, mas Seph tem que morrer e eu vou matar todos vocês apenas por terem o ajudado. E quando sair daqui eu mesmo vou matar a guilda de vocês.
Luke levantou a espada, mas caiu logo em seguida, deixando ela ser tomada pelo poder da pessoa que o fez adormecer.
— Você fala demais, Luke. Essa espada não é sua e de mais ninguém. Essa espada é minha. – Disse Sleepy, fazendo a Seven Night dormir e os Caçadores também. Exceto quem? Euzinho! Por algum motivo que eu não sei o qual, não fui atingido pela magia de Sleepy:
— Anark? Porque? Você deveria ter dormido junto com todos eles.
Aproveitei a oportunidade:
— Por sorte eu não dormi. Agora chegou a hora da minha vingança. Você matou Blue, tirou ele de mim e agora vai sofrer com as consequências!
Sleepy encheu a boca para rir da minha cara. Fiquei furioso, mas ele interrompeu o meu soco:
— Eu matei Blue? Eu te livrei de um mal que não tem noção. Blue não é o que você pensa. Assim como você quebrou a cara com Seph, agora, quebrou com Blue também. “Blue”? Esse o nome que você deu para o Imperador Versiano?
— Imperador Versiano!? – Eu perguntei, recuando para trás e tomando distância de Sleepy. – O que você quer dizer com isso?
— Blue não é aquele mocinho bonzinho que odeia ser tratado com objeto que você pensa. Ele matou minha irmã, Jade. Sabe como ele a matou? Simplesmente, sem fazer sequer um movimento, ele explodiu os dois braços dela e depois explodiu ela por completo. Limpou o chão da floresta que ele manchou de sangue! Que floresta? Aquela floresta que vocês gostavam de conversar. O nome dele não é Blue e ele não é uma boa pessoa. Você deixou ele morrer, correto? Creio que tem culpa de o Imperador Versiano voltar para a sua dimensão. Creio que é questão de tempo para que Verso seja totalmente dizimada por ele.
— Você não sabe do que está falando, cara!
— Não sei? Vou ser curto e grosso. Blue não é nada mais, nada menos do que Ningirama! Esse é o nome dele! E você o acordou assim que fez ele vir para o mundo dos humanos. Qual o motivo de ele ter matado Jade? Simples. Ela falhou em ter te matado. No Torneio das Vagas, quando você o invocou, ao mesmo tempo ele entrou em contato com a líder da minha guilda e cá estou eu, seguindo suas ordens. Ningirama não quer você morto. Ele pegou um certo afeto por você. Ele quer apenas o seu livro.
Minha cabeça começou a girar e eu me ajoelhei em cima daquele monte de corpo decepado, manchando meus joelhos de sangue inocente:
— Isso é mentira! Não faz sentido algum! Blue nunca faria isso comigo!
— Para de chamar ele assim!! Respeite o meu Deus Menor, respeite Ningirama! Assim como você erra em chama-lo de Blue, todos erram em chama-lo de entidade. Ele é o Imperador Versiano. Ele mesmo criou a dimensão Verso, onde os anjos são monstruosamente poderosos. E graças a você, logo ele estará aqui, com sua elite para pegar as três armas divinas. E se você soubesse quais são elas? Ficaria com medo. Acha que você é uma? Não. Seph está enganado. Até estaria certo se você não tivesse invocado Ningirama, mas quando fez isso, você deu a permissão de usar o seu livro. Com Zero, o CloudBook e a terceira arma divina, seu triunfo estará completo.
Eu fiquei cego. Não queria acreditar naquela lambozera toda e focalizei em minha armadura. Lembra daquela Espada do Rei do Fogo que eu invoquei lutando contra Grimlock no Grande Torneio das Vagas? Eu invoquei ela naquela hora:
— Eu vou acabar com você, Sleepy! Vou matar você.
Sleepy pegou a espada de diamante e a posicionou para atacar:
— Ah! Se isso for ajudar vocês em alguma coisa, vou dizer: quem matou metade da sua guilda naquele dia foi o seu Blue. Isso mesmo. Ningirama matou metade de sua guilda e ele promete fazer muito pior do que isso.
— Cala a sua maldita boca, filho da puta! – Eu não vi o que eu fiz, mas com minha espada em chamas eu cortei Sleepy ao meio, em diagonal. O sangue daquele revelador que eu não queria acreditar manchou minha roupa nova. Eu não queria acreditar, mas infelizmente não foi possível separar mais as peças. Ele tinha a razão e tudo fez sentido na minha cabeça:
— Blue? Porque? Me diz... diz que tudo que ele disse é mentira! Diz! Blue!!!!!
O meu grito ecoou a prisão inteira e Seph acordou:
— Cala a boca, moleque chorão, e me dá a minha espada. – Disse ele, com a espada atravessada em meu peito.

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