sexta-feira, 15 de julho de 2016

Caçadores de Paz | Capítulo 15 - Anark Vs. Nicodemo

Eu fiquei cego. Não queria acreditar naquela lambozera toda e focalizei em minha armadura. Lembra daquela Espada do Rei do Fogo que eu invoquei lutando contra Grimlock no Grande Torneio das Vagas? Eu invoquei ela naquela hora:
— Eu vou acabar com você, Sleepy! Vou matar você.
Sleepy pegou a espada de diamante e a posicionou para atacar:
— Ah! Se isso for ajudar vocês em alguma coisa, vou dizer: quem matou metade da sua guilda naquele dia foi o seu Blue. Isso mesmo. Ningirama matou metade de sua guilda e ele promete fazer muito pior do que isso.
— Cala a sua maldita boca, filho da puta! – Eu não vi o que eu fiz, mas com minha espada em chamas eu cortei Sleepy ao meio, em diagonal. O sangue daquele revelador que eu não queria acreditar manchou minha roupa nova. Eu não queria acreditar, mas infelizmente não foi possível separar mais as peças. Ele tinha a razão e tudo fez sentido na minha cabeça:
— Blue? Porque? Me diz... diz que tudo que ele disse é mentira! Diz! Blue!!!!!
O meu grito ecoou a prisão inteira e Seph acordou:
— Cala a boca, moleque chorão, e me dá a minha espada. – Disse ele, com a espada atravessada em meu peito.
Quando eu olhei para minha armadura ela estava toda suja de meu sangue. A espada do traidor, Zeph (ou Seph, tanto faz. Tem nomes que tem alternativas diferentes. Assim como Darcy ou Ivy), estava atravessada em meu peito e aquilo doía muito. Comecei a ficar com tontura, mas tinha que superar o medo daquele sangue. Respirei fundo e tirei aquela lamina de mim, jogando meu corpo para a frente e logo em seguida dando um salto. Peguei Zeph e o tirei dali. Fomos lá para fora, resolver os atritos:
— Então todas essas 600 pessoas são inocentes! Quem deveria ser preso é você, Zeph!
— Há! Há! Há! Há! Há! Eu acabei de te atingir com minha espada. Creio que vai demorar para que essa Armadura Tormenta te cure.
— Eu não tenho medo de você! Acabei de cortar um mago ao meio. – Quando eu disse isso me veio na mente as coisas que Sleepy tinha me contado. Isso fez eu segurar aquela espada mais firme.
Ah! Zeph estava com a Zero em suas mãos, então eu podia sentir o poder dela de longe. Aquilo me assustava um pouco, mas eu tinha que lutar enquanto os outros estavam dormindo. Estavam seguros lá dentro.
— Eu vou cortar você com essa espada flamejante, Zeph! Vai pagar pelo que fez e desta forma eu irei salvar essa cidade da sua loucura!
Zeph começou a debochar da minha cara rindo feito um macaco louco:
— Esqueceu que eu sou imortal? Estou com a Zero nesse momento. Ela é a fonte da minha imortalidade.
Caramba! Eu tinha me esquecido da imortalidade de Zeph pela espada de diamante. Aquilo começou a me dar dor de barriga. Mentira, é apenas um ditado. Significava que ia dar um trabalho danado e/ou aquilo me incomodava e muito:
— Eu não vou deixar você fazer mais nada contra ninguém, Zeph!
Zeph soltou a espada e ela caiu no chão. De repente. Assim. Do Nada. Zeph estava paralisado por algum motivo, mas eu rapidamente corri bem rápido, deslizei e peguei a Zero. Quando eu toquei naquela espada, minha gente, senti um negócio imenso dentro de mim. O que era aquele poder todo? Eu sentia como se eu pudesse fazer qualquer coisa. A mão da imortalidade chegava a tremer:
— Esse é o poder da Zero? – Eu me perguntei. – É esse o sentimento de ser imortal?
Palmas distantes me responderam como deboche. Em cima do muro, daquela fortaleza, tinham dois magos. As roupas, aqueles sobretudos, eram eles: Yambakka:
— Foi bem mais fácil do que eu pensei!! – Gritou Nicodemo, de longe.
— Para de ficar gritando, seu babaca. Isso é extremamente ridículo. – Disse Blaze, descendo daquele alto muro logo em seguida.
Eu dei um passo para trás e perguntei:
— Quem são vocês? São da Yambakka também?
— Sim! Nós somos! Meu nome é Nicodemo, sou o mago de vento mais forte dessa cidade. E que, por sinal, tornara-se o campo de guerra de minha querida guilda. O nome daquele chato que só sabe chamar as pessoas de ridículas é Blaze, o mago pistoleiro. E nós dois estamos aqui para pegar essa espada que está na sua mão. Por gentileza, pode dar ela para a gente?
Dar ela para vocês? Quem vocês acham que são, queridos? Eu estava ficando nervoso com aquilo tudo. Toda hora tinha alguém para me enfrentar. Primeiro a Seven Night, que dormiu por Sleepy. Depois ele que eu cortei ao meio. Depois Zeph que estava paralisado por esses dois que naquela hora, eram meus atuais rivais. Será que tinha mais gente para aparecer?
— Essa espada não pertence a vocês! Eu vou dar ela para as autoridades e vocês não vão mais precisar servir a Ningirama.
Blaze pegou uma goma de mascar e colocou em sua boca. Mastigou, fez uma bolha e a estourou com o dedo:
— Isso foi ridículo da sua parte. – Ele olhou para Nicodemo. – Hey! Acabe com ele. Eu vou me sentar um pouco, não quero me cansar.
Nicodemo deu um soco em Blaze que fez ele atravessar o muro:
— Idiota preguiçoso! Isso sim é ridículo. Não preciso da sua ajuda. Dorme aí enquanto eu acabo com esse idiota da armadura branca.
O que?! Idiota da armadura branca? Ele tinha me irritado profundamente, mas antes daquela luta, eu tinha que fazer algo:
— Os planos de Ningirama terminam aqui. – Eu disse, quebrando a espada de diamante ao meio.
— Não!! A Zero!! – Gritou Nicodemo, vendo que os planos de sua guilda foram por água a baixo. Quando a espada se quebrou, a luz iluminou aquela cidade toda, mas logo em seguida desapareceu, junto com os cacos de diamante. – Você destruiu uma arma divina. Como isso foi possível?
Eu estalei os dedos das mãos e estiquei meu corpo, respondendo:
— Eu sou a segunda arma divina. Aliás, eu era a segunda arma divina. Agora o plano de Ningirama não passa de uma lenda.
— Você? Você é o Mago Dimensional que Yambe nos disse para matar? Caramba! Isso está ficando mais interessante a cada momento que passa. Isso significa que eu vou poder usar toda a ventania desse lugar e te cortar em pedaços pequenininhos.
— Você fala demais!! – Eu gritei, indo em direção a ele com a minha espada em chamas. Tentei acertá-lo com um corte, mas ele acertou apenas o ar. Quando se abaixou, levei um soco na barriga e um gancho. Quando estava no ar levei um soco que me fez bater com tudo na parede que tinha bem atrás de mim. Nicodemo pegou a sua espada e colocou a ponta em meu pescoço, quase me perfurando:
— Você é fraco demais, Anark. Você não era digno de ser uma arma divina. Achei que seria difícil essa luta contra você. – Ele foi interrompido quando eu peguei bem na lamina da espada e a arremessei longe. Cortei minha mão? Cortei sim, não vou mentir para vocês, mas lembra que a armadura que estava presa em mim me curava? Então foi questão de segundos para que não tivesse mais corte nenhum em mim.
Nicodemo levantou as sobrancelhas, nervoso:
— Merda! Perdi a minha espada. Pelo menos vou ser obrigado a usar a minha magia.
Eu peguei a minha espada e coloquei ela no suporte bem imperceptível em minhas costas:
— Vou te honrar fazendo o mesmo. Será uma luta de magia contra magia.
De longe, sobre o muro, Blaze pensou:
“Que ridículo. Magia contra magia. Isso é uma verdadeira retardadice. Estou com tanta vergonha alheia de assistir essa luta... Vou embora daqui. Nicodemo vai morrer, mesmo. ”
Nicodemo estava me encarando e sorriu. Ele uniu as duas mãos como se fosse rezar e ergueu os braços, como se fosse mergulhar:
— A minha magia vai acabar com você em instantes. Shark Out Water.
Uma tremenda ventania começou a me rodear e senti um peso me empurrando para a frente com tudo. Cai no chão de quatro e quando olhei para cima não vi nada, mas senti que algo descia com tudo em minha direção. Algo invisível que eu não podia desviar. Uma grande explosão aconteceu em cima de mim, bati com a cara no chão e ralei meu rosto inteirinho. Aquele sangue escorria em demasia do meu rosto e eu fiquei um pouco assustado:
— Essa é minha magia! “Tubarão fora d’água, Shark Out Water.” Essa magia faz com que um enorme tubarão circule por aqui. Um tubarão feito completamente de vento e disponível para te atacar a qualquer momento. Nem mesmo eu consigo controla-lo. E nem o ver. Apenas... senti-lo.
Eu levantei e rasguei um pedaço do pano que tinha ali fora, do estandarte do símbolo daquela prisão. Limpei o sangue do meu rosto e corri em direção a Nicodemo, mas o tubarão que eu não podia ver me “enrabou” para longe. Eu comecei a quicar no chão como uma pedra chata arremessada em um rio com bastante força. Naquela hora meu corpo inteiro estava ralado.
“Eu preciso fazer alguma coisa. Parece que eu estou apanhando de Grimlock. Eu não posso ficar apanhando toda vez. Isso é ridículo. ” – Eu pensei, colocando a mão no meu livro:
— Machados de Tormenta.—  eu disse, invocando dois enormes machados banhados a prata. Eram tão pesados que eu mal conseguia pegar eles em uma mão cada. Entretanto, foi questão de tempo para eu me acostumar. A armadura que me curava me ajudou nisso.
— Acha que esses dois machados gigantes irão parar a minha magia. Toda vez que eu uso Shark Out Water, eu venço. Nunca ninguém foi capaz de para-la.
Senti uma grande quantidade de Chi se formando em minha frente, o que significava que aquele tubarão estava vindo. Fiz uma tremenda loucura: corri em direção a ele. Quando eu senti que ia impacta-lo, eu dei um pulo e quando olhei para trás aquela rajada de vento acertou o muro e quando olhei para frente eu estava cara a cara com Nicodemo:
— Perdeu, Playboy! – Com os dois machados, fiz dois cortes no meio de seu corpo, dividindo ele em três pedaços. Cada pedaço deslizou para um lado e o último que ficou ali ainda, cintura para baixo, eu chutei bem longe, montanha abaixo.
Ah! Aquela penitenciaria ficava no topo de uma montanha e quando Blaze fugiu, ele simplesmente saltou de lá de cima.
A luta estava ganha e eu olhei para trás e vi que todos os Caçadores estavam me olhando, assustados. Era a segunda pessoa que eu matava no dia cortando em pedaços e a terceira pessoa da Yambakka que eu matava:
— Seu Chi. Cada vez cresce mais. Quem é você, Anark? Quem é você? – Se perguntou, Darcy, saltando da janela para o andar debaixo, aonde eu estava:
— Eu matei mais uma pessoa, líder. Perdoe-me.
Oi? Como ela tinha chegado ali? A gente não tinha visto ela. Do nada ela deixa a sua guilda e segue a gente?
Ela colocou a mão em meu ombro e depois me abraçou:
— Não se culpe, Anark. Nesses mil anos de vida eu nunca vi alguém lutar tão bravamente dessa forma.
Close no “1000 anos de vida”. Pronto, fim de capítulo. Fiquem com essa louca na cabeça, que aparenta ter 8 anos, mas tem na verdade um milênio de vida.

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