Sinto uma lâmina afiada a perfurar meu peito.
Um metal sagrado feito sob a Lua Cheia,
que me vê incolor,
assim que eu sinto a dor.
Mais uma vez mergulho na negra imensidão que preenche minha mente.
Está tudo tão quieto,
tão gelado,
tão impuro,
e tão...
... errado?
Me sinto sendo abraço por um anjo mal.
Eu estou caído.
Roupa vermelha como o sangue que me escorre.
Um cheiro de um anjo mal que só sabe iludir.
Mas fazer o que, ninguém é perfeito.
Enfie sua lâmina em mim e me desvicie.
Mais uma vez a desconfiança toma conta de mim e me faz vazio.
Como se a minha vida estivesse em um fio.
Você chega perto e eu gelo.
Fico me segurando para não deixar você ir.
Uma pequena fagulha de amor surge novamente para me atormentar.
Algo que há anos não me acontecia.
Parecia um sonho quando você sorriu,
mas era amor em forma de alegria.
As lâminas de desconfiança se multiplicam,
pois eu não sei se isso é felicidade.
Fico me perguntando se vale a pena,
mas acredito que nisso não há maldade.
... até finalmente cortarem todas as veias e artérias do meu corpo.
Pá! Morte súbita por uma lâmina de amor.
O sangue jorra incolor, assim como minha própria existência.
A lágrima jorra incolor, como as águas de Poseidon.
As minhas asas se abrem para o novo, como a beleza de Isis.
Amor?
Sinto a vida escorrer por meus dedos e mantenho-me estático,
incapaz de impedir que se vá.
Eu prometo te segurar,
nem que eu precise me suicidar,
com uma lâmina de amor.
.
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