quinta-feira, 14 de julho de 2016

Caçadores de Paz - Capítulo 1: GRANDE TORNEIO DAS VAGAS



Olá, meu nome é Anark, tenho 18 anos e sou o mais novo mago formado pela escola de magia da minha cidade! Eu acabei de formar e não vejo a hora de entrar para uma guilda e realizar trabalhos perigosos e valiosos. Esse é o desejo de todos os formandos: entrar em uma guilda. Não qualquer guilda. Eu, assim como todos, quero uma guilda grande, famosa e que dê muito lucro. Na minha cidade existem três guildas: a Imperatrix, a Neo Imperium e a Flame. Todas são registradas no Conselho de Magia – que serve para manter a ordem em todas as guildas existentes no mundo. Têm também aquelas guildas que não são registradas no Conselho, sendo chamadas de guildas clandestinas. É um verdadeiro crime, para o conselho, ser membro de uma guilda clandestina. Geralmente elas fazem trabalhos criminosos: matar, roubar, aterrorizar e muitas outras coisas ruins.

A guilda que eu pretendo entrar é nova e ainda não é registrada pelo Conselho. Está quase, pois fiquei sabendo que o Conselho está a analisando, o que faz dela uma boa guilda. O nome dessa guilda é Hunters Of Peace. Ela é formada pelos magos mais populares da cidade e seu objetivo é encontrar a paz nem que isso leve à uma grande e eterna caça. Caçadores de paz. Eles caçam a paz e distribuem para o resto da humanidade. Uma boa causa, e é para isso que eu me tornei mago. Para trabalhar por nobres causas.

Eu estava chegando em casa e começou a chover. Que coisa! Eu não gostava muito da chuva, mas eu sabia que era um dos magos da Imperatrix tomando conta da cidade. Essa chuva faz com que ele fique sabendo de todos os problemas da cidade, digo, invasão de outras guildas, essas coisas.

Eu entrei e joguei minha mochila longe. Eu até pensei em gritar minha mãe avisando a minha chegada, mas eu tinha esquecido que ela tinha falecido há pouco tempo atrás. Não quero falar sobre isso, apenas vou descobrir quem foi.

Entrei no meu computador e tinha um e-mail. O assunto estava em uma língua totalmente diferente. Já sabia de quem era! Era da Malena! Ela sabe muitas línguas! Línguas as quais eu nunca ouvi falar! Abri o e-mail e nele estava escrito:

“Oi, Anark! Quero te parabenizar por ter se formado. Esses 15 anos de escola de magia nos cansaram e muito! Espero que tenha seguido o estudo mágico à risca, pois amanhã terá o Torneio das Vagas e isso é o nosso passaporte para uma guilda famosa! Eu quero muito entrar para a Neo Imperium, e você? Ah! Esqueci! Você é famosinho, então vai escolher aquela que está quase para ser registrada. Espero que amanhã o Conselho já tenha liberado o resultado da análise da HP e que também ela esteja participando do torneio. Enfim, quero te desejar boa sorte e boas lutas amanhã. Talvez vou chegar atrasada, por isso o e-mail. Tchau. Malena. ”

Caramba! Eu tinha me esquecido que o Torneio das Vagas era já no dia seguinte.

O Torneio das Vagas é um evento raro de acontecer e sem aviso prévio. Eles decidem de última hora. As vagas que surgem nas guildas da cidade são todas juntas e disputadas em um torneio, onde cada líder de cada guilda da cidade analisam os magos e enviam convite para eles entrarem em suas guildas. Por exemplo, se eu for um ótimo mago, vencer os outros magos no torneio e agradar, posso receber convites de todos os líderes. Nessa ocasião, eu escolho. Se apenas um líder me escolher, é obrigatório minha entrada na sua guilda. Depois de três meses, período de experiência, eu posso sair. Estará no contrato que enviarão para o Conselho e se eu descumprir o bicho pega!

Eu estava muito ansioso, mas não sabia qual roupa vestir. Afinal, eu queria impressionar a guilda dos populares! A HP – ou Hunters, ou Hunters Of Peace, tanto faz.

Tentei ficar calmo, relaxei na cama pensando como seria o dia seguinte e dormi.

Acordei com a Malena em cima de mim, gritando e me chacoalhando:

— Anark! Anark! Acorda! Está atrasado!! Anark!

Eu peguei ela e arremessei longe. Eu tinha me assustado tanto por ela estar em cima de mim, quanto me acordar e quanto eu estar atrasado. Coloquei qualquer roupa e fui correndo com ela até o Ginásio dos Esportes, onde seria o Torneio das Vagas.

Quando eu cheguei me inscrevi. Por sorte deu tempo. Eu dei meu nome, meus dados pessoais, um pouco dos detalhes da minha magia e o meu diploma. Assinei e sentei na arquibancada.

As luzes se apagaram e cinco magos se posicionaram no meio daquele gramado gigantesco e verde. Eram eles: Varzea, a líder da Neo Imperium; Varzus, irmão gêmeo de Varzea e líder da Imperatrix; Fireshock, apelido de Mirgus Otoni, líder da poderosa Flame e Snup, o líder da Hunters of Peace.

Caramba! Tinha dado tempo da HP ser regularizada pelo conselho e estarem no torneio. Eu estava muito feliz e estava sentindo que meu sonho estava perto de ser realizado. Todos ficaram de pé, cantaram o hino da cidade (Magdalena) e depois sentaram. Eu fiquei sentado, apenas, observando o líder da HP. Aquela espada brilhante gigantesca, aquela capa dourada e aquela máscara que cobria metade do rosto branca e dourada. O Espadachim de Ouro, sem mais. Era naquele dia que eu entraria para HP! Eu tinha fé!

Depois de um enorme discurso apresentando os líderes de cada guilda, o líder do Conselho de Magia iniciou o torneio e o nome de todos os magos apareceu na tela, inclusive o meu e de Malena, que por sinal, tinha sumido em meio à multidão.

Tinha um enorme telão flutuante sobre o gramado, e bem atrás de uma proteção mágica estava os quatro líderes e o presidente. Não se sabia quantas vagas tinha em cada guilda, o que me deixava nervoso.

Por sorte, ou azar, não sei, meu nome saiu no telão. E também saiu de um outro rapaz, chamado Grimlock. Nunca ouvi falar, nunca vi ele na escola, nada. Mesmo eu sendo popular e conhecendo muita gente, nunca ouvi falar dele.

Desci a escada que dividia as arquibancadas e parei no meio do ginásio, onde tinha milhares de pessoas me olhando. Deu um nó na barriga. Lembra que eu disse que não gosto de tumulto e essas coisas? Então! Aconteceu isso e começou a me dar uma boa tontura. Não vi direito o juiz dar início na luta e muito menos Grimlock pulando em mim e me enchendo de porrada. Levei um monte de soco e sangue meu voou para tudo que é lado. Ouvi a Malena gritar meu nome. Consegui olhar para ela e entender o que ela estava gritando:

— Seu idiota! Você esqueceu seu livro, imbecil!!

Na correria absurda eu não tinha me dado conta que havia esquecido algo. Cada mago tem sua magia, óbvio, e alguns deles usam não só a magia, mas objetos de instrumento mágico. Assim como o Snup tinha sua espada enorme de ouro, eu tinha o meu livro. E esse livro estava na minha casa, ou seja, logo de cara tudo tendeu à zero.

Grimlock não saia de cima de mim nem por decreto até eu segurar ele e conseguir chutá-lo longe. Quando ele estava rolando pela grama eu corri, peguei no colarinho da camisa dele e o arremessei para o alto. Não sei o que me deu, mas eu consegui dar um super pulo e chutá-lo de volta para o chão. E não é que o desgramado resistiu a esse milagre? Eu não era tão bom em ataque físico, o que me fazia depender de meu livro para tudo.

Eu olhei para trás e estavam todos me analisando, menos Snup. Ele estava mexendo no celular gargalhando algo. Com certeza estava aumentando sua popularidade já que tinha sido registrado no Conselho. Eu fiquei nervoso e não vi de novo Grimlock se aproximando. Levei outro soco, mas dessa vez quem rolou fui eu. E ele repetiu o mesmo golpe que eu tinha dado nele, lógico, uma cópia melhorada. Um dente meu saiu da boca e aquilo começou a sangrar.

Bam! Meu ponto fraco! Sangue! Eu tinha fobia de sangue! Ainda tenho.

Meu corpo paralisou, comecei a estremecer e tudo começou a girar. Tudo ficou preto, exceto aquele sangue que começou a brilhar dentro da minha cabeça.

Tentei me concentrar, levante-me e cai de novo. Aquele sangue estava me incomodando, mas eu tinha que continuar. Dessa vez eu tomei foi um chute na cabeça. Fui lançado no ar e cai com tudo no gramado. Aquela nuvem de terra subiu e não se podia ver nada. Mas eu consegui ver algo sim. O meu livro foi arremessado da plateia e caiu bem em minha frente. Eu tinha certeza que foi a Malena. Eu olhei para ela e agradeci com a cabeça. Olhei para Grimlock, respirei fundo e provoquei:

— Agora o bicho vai pegar!

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